O ESQUECIMENTO DO PASSADO:
O espírito Maria Dolores no Livro Momentos de Ouro psicografado por Chico Xavier narra um belo momento ocorrido com Judas no plano espiritual, quando aquele discípulo perdido vagava desesperado após cometer o suicídio e desesperado não encontrava consolo e nem justificativas para o que havia feito ao Mestre Jesus. Quando em dado momento venerável senhora o encontra e afaga-lhe a fronte dizendo que a ele que tivesse calma e serenidade... logo seria conduzido a nova oportunidade terrena nos braços de uma nova mãe, que lhe ensinaria novamente os passos e que ele terá a chance de reparar o mal cometido. Ele aturdido reluta e questiona, quem é você que me consola e que me dá esperança de luz no inferno em que me encontro? E ela responde: Eu meu filho? Sou a mãe de Jesus!
Vemos nesta narrativa, duas coisas: A magnitude do perdão e a chance de reparação em uma nova existência. Porém para que esta seja plena e sem culpas, necessário se faz que o espírito reencarne esquecido dos males praticados. Um dos postulados básicos do espiritismo é o da pluralidade das existências ou reencarnação e a evolução dos espíritos exige inúmeras existências para aperfeiçoar-se. Todos nós somos criados simples e ignorantes, mas nosso destino é a perfeição. A magnitude desta meta evidencia a impossibilidade de ser alcançada no curto espaço de uma única vida terrena.
Alguns, equivocadamente afirmam que este esquecimento é contraproducente e que a lembrança auxiliaria a não repetir os erros do passado.
Também serviria de incentivo à adoção de um patamar nobre de conduta pois, seria possível correlacionar as dores atuais a específicos erros de outrora e assim, as criaturas teriam interesse em agir com dignidade. Embora esta proposta pareça sedutora, em nosso nível de consciência não temos condições de lidar com nossas culpas pretéritas e o esquecimento constitui a regra geral. A sabedoria divina certamente tem razões para assim estabelecer. Raras pessoas tem naturalmente algumas lembranças de outras existências e quando é permitido que as mesas venham a tona, sempre é para atender algum propósito sério ou terapêutico, jamais a título de curiosidades vãs. Consola-nos saber que hoje somos melhores do que já fomos no passado e que as conquistas morais e intelectuais conquistadas jamais serão perdidas. As posições sociais mudam constantemente, mas ninguém é hoje pior do que já foi um dia. Ninguém nunca foi no passado mais bondoso ou nobre do que é agora. Ocorre que a maioria absoluta da humanidade possui atualmente inúmeras mazelas morais e isto é evidência que o passado dos homens, em geral, não é repleto de nobres e belas ações. Nesse contexto, o esquecimento das encarnações pretéritas constitui uma bênção. Assim, não é relevante lembrar o passado.
O importante é viver bem o presente.
Baseado em textos referentes ao Esquecimento do Passado retirados do site: www.momentoespirita.com.br/pt/momento.php
